terça-feira, 31 de maio de 2011

Falta de palavras

Quando submeto o sentimento à reflexão, não permanece ele puro e autêntico. Submete-se ele também ao jugo da mente; autoritária e com pretensões absolutas em sua racionalidade e, por isso, insincera.


E faltam-me palavras para descrever o que sinto. Porque não sei se de fato sinto ou se apenas imagino. Se crio a partir da minha cabeça - da imaginação - é porque está alheio o coração? O que escrevo não é o que sinto. Sempre desejo transcrever algo percebido em determinado momento, mas no instante seguinte já não sei mais descrevê-lo. O que escrevo é uma farsa, o esforço de retorno a algo que já não mais subsiste. A culpa é de minha inconstância ou da minha incapacidade? Talvez seja de ambas, ou de nenhuma. As palavras, ambíguas, abstratas, me fogem novamente. E, exausto, dolorido, balbucia o coração. Mas, como sempre o fui, sou incapaz de compreendê-lo.

domingo, 29 de maio de 2011

-Não sei porque todo mundo está me deixando pra trás. Eu que sempre fui tão madura...

-Você sempre teve medo de errar.

-E por isso eu não costumo errar.

-E, portanto, você impediu o próprio processo do amadurecimento em essência.