segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Apaixonar-me.

Nunca teve a ver com perfeição, primeira troca de olhares ou primeiras impressões. E sim algo súbito, porém, não instantâneo. Está em algum pequeno detalhe revelado pela convivência. Alguma singela peculiaridade singular.

É quando alguém te impressiona sem ter a intenção de impressionar.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

plantas mortas, restos do jantar
palavras tortas e desvios no olhar
quantas coisas não dizemos
até as plantas esquecemos de regar

domingo, 12 de setembro de 2010

I could smell her fear
Our backs turned each to each
Secrets shattered her vision
When whispered ear to ear

You'll never get rid of the guilt
Not as easily as you've given up on your dreams
Too bad you don't have the guts to try
Instead, you hold on to your sense of right

Now you wish for roses in your pillow
Angels in the nest
Oh, you crave for something else
But it's not worthy of yourself

Pray for absolution and beg for salvation
As you might
You're already condemned in this life
By your sense of right

You'll never get rid of the guilt
Oh, there's just too much you've given up
But your thoughts still betray you (Those thoughts of betrayal)
Still, you'll cling to your sense of right

I've waited so long just to see
A glimpse of humanity
I won't wait any longer
I already know you'll never break free

sábado, 4 de setembro de 2010

Bittersweet

When you hear a sound
D'you try to make it out?
D'you feel it or
Are you filled up with doubt?

One day at a time
I am just passing by
It's so hard to fall asleep
Without knowing any lullabies

Sweetheart, you have such a sweet sweet voice
All the others do is just make some noise
Sweet voice, in my ears you still resound
Hope to see you next time around

You look so tragical, so white, so pale, so bittersweet!
You knew youth had its appeal
Hope you rest in peace and sing to me
Sing to me
See through me
You used to see right through me

sábado, 28 de agosto de 2010

só.

e o pouco me basta
pois não me sinto só
e nada mais me falta
pois já não me sinto só

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sentimentos

Quando pequenos temos medo do bicho-papão. Quando crescemos superamos esse medo e passamos a temer sentimentos. De onde vem todo esse medo de sentir? Ou pelo menos, de admitir a existência dos sentimentos? De algum modo, suprimir o que sentimos parece-nos menos desagradável do que ter nossos sentimentos rejeitados. Todos os sentimentos merecem ser expressados de alguma maneira, mas, no final, acabamos não falando o que mais importa. A comunicação é a ferramenta humana mais falha. Nossa linguagem humana, de cuja mera existência temos tanto orgulho, cujas aplicações possíveis são inúmeras, não serve para nada além de manipular e mentir.

domingo, 15 de agosto de 2010

Evening Solace

by: Charlotte Bronte (1816-1855)

THE human heart has hidden treasures,
In secret kept, in silence sealed;--
The thoughts, the hopes, the dreams, the pleasures,
Whose charms were broken if revealed.
And days may pass in gay confusion,
And nights in rosy riot fly,
While, lost in Fame's or Wealth's illusion,
The memory of the Past may die.

But there are hours of lonely musing,
Such as in evening silence come,
When, soft as birds their pinions closing,
The heart's best feelings gather home.
Then in our souls there seems to languish
A tender grief that is not woe;
And thoughts that once wrung groans of anguish
Now cause but some mild tears to flow.

And feelings, once as strong as passions,
Float softly back--a faded dream;
Our own sharp griefs and wild sensations,
The tale of others' sufferings seem.
Oh! when the heart is freshly bleeding,
How longs it for that time to be,
When, through the mist of years receding,
Its woes but live in reverie!

And it can dwell on moonlight glimmer,
On evening shade and loneliness;
And, while the sky grows dim and dimmer,
Feel no untold and strange distress--
Only a deeper impulse given
By lonely hour and darkened room,
To solemn thoughts that soar to heaven
Seeking a life and world to come.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sono

O sono continua a me perseguir, e dele fujo
Oh, sono vão, se soubesse como esse pega-pega
Estimula minha imaginação!
Quando morrer terei muito tempo para dormir
Enquanto viver, hei de preferir a companhia da inspiração.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Despedida

Despedida
Fui a estação naquele dia com o coração dormente. Não podia sentir nenhuma emoção propriamente dita, exceto a ansiedade por causa da dúvida a respeito do que viria após a despedida. Seria um vazio? Alívio? Arrependimento?
Coloquei-o dentro do trem e certifiquei-me quanto a sua prontidão a realizar aquele caminho só de ida. Nunca achei que fosse capaz de dar aqueles passos para me afastar e observá-lo da plataforma enquanto partia numa locomotiva. Do outro lado da linha do trem uma mulher alta, de postura imponente e olhar perfurante me fitava. Não reconheci-a instantaneamente, mas a partir de suas palavras duras fui capaz de identificar meu alter ego.
-Parece então que você optou por se tornar uma pessoa bem comum. - o desprezo destilava de sua língua como veneno.
Olhei então para o trem que estava prestes a sumir no horizonte. O vazio agora presente em meu peito parecia anunciar a saudade permanente que a partir de então me acompanharia, pois eu havia deixado alguém querido ao abandono definitivo.
-Você nunca percebeu? - perguntei. E, embora tenha dado uma pausa, não esperava por nenhuma resposta. Possivelmente, só quis adicionar um pouco de dramaticidade à minha fala. - Isso é tudo que eu sempre quis.
Então senti o alívio suprimir o remorso que ameaçara tomar conta de mim por causa de meu ato supostamente imperdoável. Sim, felizmente, uma vez que havia abandonado meu Sonho de grandeza naquele lugar, apesar de ter perdido o companheiro de uma vida toda, perdi também uma carga equivalente ao peso do mundo - do meu mundo, pelo menos - que estivera carregando por todo esse tempo.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Abdicação.

O porquê de certas coisas doerem tanto para mim enquanto os demais são indiferentes foge à minha compreensão. Sofrer o sofrimento de terceiros é exaustivo. Sofrer as consequências de sua leviandade ainda mais. Portanto, abdico à minha humanidade em prol de minha própria saúde mental.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Chegou uma hora que nada mais importava. Palavras, ações, momentos. Eu estava sozinha e não sabia o porquê. A coisa mais assustadora para se tomar consciência é a solidão. Nascemos sozinhos, vivemos sozinhos, morremos sozinhos.

Você sempre tem menos amigos do que imagina. Até que um dia percebe que só tem a si mesmo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Intitulável

Subi as escadas com a expectativa em minha mente que logo transformou-se em agitação no peito e arrepio na espinha, ao abrir a porta e vê-lo ali, em seu lugar costumeiro, atrás de uma mesa estreita. Fechei a porta com um baque surdo e apressei-me para a sair de seu campo de visão, tentando evitar um temível encontro dos seus olhos nos meus. Temível e, ao mesmo tempo, altamente desejável, pois, por um breve instante antes que a vontade de desintegrar-me até a menor partícula me arrebatasse, o efeito daquele olhar transcendental seria de expandir minha alma de modo que eu vislumbrasse todos os lugares ainda que inerte, mergulhada numa letargia sublime. Resisti. Dirigi-me, discreta e apressada, ao fundo da sala. Sentei-me desejando e temendo que seu olhar tivesse me acompanhado até onde eu estava agora. Engajei-me em uma conversa sem rumo e sem nexo, apenas contribuindo com algumas palavras soltas, enquanto esperava que o efeito que ele exercia sobre mim passasse - efeito tal que eu sempre considerava plenamente superado até que me encontrasse com ele novamente.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sobre sentimentos

Tenho tanto sentimento que não sei ao certo qual deles palpita em meu peito. Talvez sejam todos eles ao mesmo tempo. Por isso essa inquietude que me mantém acordada, essa ânsia que tenciona antecipar algo que possivelmente nunca se concretizará.

Vivo de ilusões. Não assimilo a realidade. Não aceito os fatos "pelo que são". Rejeito a racionalidade - muito embora só após muito me utilizar dela -, sob a premissa que no final toda emoção prevalece. Tudo é mais verdadeiro quando subjetivo, embora não seja compreensível - mas essa é a mente humana, uma mente que, por ser humana, é obrigatoriamente inundada por emoções contraditórias e sentimentos ilógicos.

terça-feira, 6 de julho de 2010

A utilidade do inútil

De tempos em tempos tenho crises a respeito da utilidade das produções literárias. Entretanto, como um cristão fervoroso sempre se reconcilia com sua fé e com seu deus, eu me deparo com os livros, o lápis e o papel e isso me basta. Afinal, indagar-se a respeito da finalidade das coisas é um ofício inútil, muito embora demasiado frequente. A busca eterna pela completude pode ser uma explicação plausível. O momento em que o verdadeiro escritor e o verdadeiro leitor encontram-se mais próximos de se sentirem inteiros é quando se deparam com uma obra-prima.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

palavras, apenas.

Eu queria ter alguma coisa a oferecer, além de apenas palavras. É fácil falar, é fácil escrever... Mas sentir o que você diz e escreve ou, melhor dizendo, dizer e escrever o que você realmente sente...?

Olhos Castanhos

odeio meias palavras
te quero por inteiro
pra que deixar subentendido?
não entendo o que eu quero!

não sei se você sabe
o quanto eu penso em você
talvez algum dia
você vá perceber

esse prazer e essa confusão
agonia, insatisfação

quero te ter agora
amanhã já não sei mais
acho que talvez te ame
não sei se sou capaz

me sinto tão sozinha
ninguém pra me ouvir
aqui tem tanta gente
me tirem já daqui

gosto dos seus olhos castanhos
discretos, sugestivos
costumo me perder
dificil vai ser me encontrar

viajo nessas orbes escuras
pra nunca mais voltar
visito universos distantes
não saio do lugar

quero te ver agora
ou então nunca mais
te dizer que eu te amo
mas sei que isso não se faz

não quero mais meias verdades
parece que não te conheço
não sei se você quer saber
mas eu só penso em você