segunda-feira, 18 de junho de 2012
Pôr-do-sol
Escrevo porque o pôr-do-sol hoje era apenas o momento em que o sol se pôs, tingindo os céus com seus raios alaranjados e quentes suavemente, com uma leveza que certeiramente atravessaria continentes, aclimatando meu peito, que se encontrava sereno. Admirei-o simplesmente por sua beleza, o ser-em-si, e não pelo que aquele evento significava em mim. Agradou aos olhos com sua simplicidade e com a dignidade casual de ocorrência do dia-a-dia. Era independente de mim, mas eu para sempre serei seu dependente, pois que admiro seu calor e de sua alegria suave. Mais que isso, necessito dele. Por vezes, porém, esqueço-me de sua ocorrência, acabo por perdê-lo quando fechada em meu quarto escuro, com as cortinas puxadas. Contudo, isso faz apenas com que meu estupor seja ainda mais intenso, quando me vem de surpresa, ainda que sempre pontual, é também sempre espontâneo, espontaneamente alegre e alaranjado, amarelado, avermelhado, arroxeado e, por fim, azulado. Passa por mudanças de forma matizada, indiferente ao seu admirador. E eu acabo por esquecê-lo, embora também sinta sua falta.
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