pólvora
é resíduo
como os vestígios
que você plantou
eu não reguei
nem tinha água
ou fósforo
mas todas elas
minhas obsessões
são altamente
inflamáveis
apesar da
pulverização
dedetização
descarrego
extrema unção
você
é coceira
é goteira
é poeira
microscópica
que tem rastro
nome e registro
ardil resquício
sempre implícito.
eu
pequena farejadora
escavo mistérios
cultivo pretéritos
adoro ao avesso
terça-feira, 11 de agosto de 2015
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
hoje eu acordei modernista
À pegada
Na fuga-cidade
Do temor
À mortalha
Amor tolhe
& rasga
& fere
& traga
mais um copo
intrincado
cheio gelado
frio resquício
de restos
de comida
re-partida
manchando
foto borrão
fio de cabelo
sexo virtual
ejaculação
um tanto quanto
tardia.
Às lágrimas
de pressa
almamarga
da essência
em represas
antes fosse
im pressa
na página
do livro
em préstimo
des-culpa
s/ gotas
s/ suor
c/ gozo
c/ gosto
Amavisse
um cadafalso
de cem-nomes
só para tolos
sem-máscara
muros p/ redes
mortos revivos
náufragos no
fim de tarde
argonautas no
alvorecer.
eu sozinha
eu exausta
pandora epiléptica
debatendo-se
na antessala
da decepção
afogando-se
na impiedosa
Styx
submirjo
subestimo
e subscrevo.
-
..ter um dia amado (amavisse)
Vladimir Jankelevitch
Na fuga-cidade
Do temor
À mortalha
Amor tolhe
& rasga
& fere
& traga
mais um copo
intrincado
cheio gelado
frio resquício
de restos
de comida
re-partida
manchando
foto borrão
fio de cabelo
sexo virtual
ejaculação
um tanto quanto
tardia.
Às lágrimas
de pressa
almamarga
da essência
em represas
antes fosse
im pressa
na página
do livro
em préstimo
des-culpa
s/ gotas
s/ suor
c/ gozo
c/ gosto
Amavisse
um cadafalso
de cem-nomes
só para tolos
sem-máscara
muros p/ redes
mortos revivos
náufragos no
fim de tarde
argonautas no
alvorecer.
eu sozinha
eu exausta
pandora epiléptica
debatendo-se
na antessala
da decepção
afogando-se
na impiedosa
Styx
submirjo
subestimo
e subscrevo.
-
..ter um dia amado (amavisse)
Vladimir Jankelevitch
domingo, 2 de agosto de 2015
sexta-feira, 24 de julho de 2015
siamesa amputada
09/12
Não devo rebuscar. Primeiramente, pois já estou madrugada adentro, mas além disso porque sou simples. Simplória, comum. Não tenho a capacidade de contornar os meandros, enlear rodeios, florear minhas confissões. Depois, porque sei bem o que quero dizer. Quando não sei - ou quando não quero admiti-lo - é que tento camuflar-me pelo uso excessivo de palavras, ou, mais comumente, por silêncios graves e observantes.
Estamos em dissonância. Continuamente alternando posições, nesse jogo que ocasiona tão somente a dor, nenhum prazer. Você diz que salvei sua vida, mas eu não quero o peso dessa responsabilidade a carregar. Você diz com o que se identifica, eu rebato, muda mortificada. Foste a criança deixada num cesto à minha porta. Não há como negar-te, pois sei que te alimento. Mas sabes tu que, por tua vez, me retroalimentas?
Contornas os meandros, vês razão-de-ser em meus defeitos. Sou séria, sou chata, sou ríspida. Mas sou eu e, por algum motivo que tu decifras em suas lentes estreitas, isso é de valor inestimável. Porque eu impus limites, fui intransigente, there's a gap in between where I end and you begin.
Não devo rebuscar. Primeiramente, pois já estou madrugada adentro, mas além disso porque sou simples. Simplória, comum. Não tenho a capacidade de contornar os meandros, enlear rodeios, florear minhas confissões. Depois, porque sei bem o que quero dizer. Quando não sei - ou quando não quero admiti-lo - é que tento camuflar-me pelo uso excessivo de palavras, ou, mais comumente, por silêncios graves e observantes.
Estamos em dissonância. Continuamente alternando posições, nesse jogo que ocasiona tão somente a dor, nenhum prazer. Você diz que salvei sua vida, mas eu não quero o peso dessa responsabilidade a carregar. Você diz com o que se identifica, eu rebato, muda mortificada. Foste a criança deixada num cesto à minha porta. Não há como negar-te, pois sei que te alimento. Mas sabes tu que, por tua vez, me retroalimentas?
Contornas os meandros, vês razão-de-ser em meus defeitos. Sou séria, sou chata, sou ríspida. Mas sou eu e, por algum motivo que tu decifras em suas lentes estreitas, isso é de valor inestimável. Porque eu impus limites, fui intransigente, there's a gap in between where I end and you begin.
sábado, 11 de julho de 2015
quinta-feira, 9 de julho de 2015
O sentimento – paralisado
pelo medo?
A minha recusa de fé
Há o medo do escuro e há a
realidade
dos monstros no armário nas noites solitárias.
Se a língua transforma o
caos em cosmos,
o que é isso?
Tua língua em mim, lasciva,
tua imagem transfusa à
minha,
teus demônios cegando minha
rotina.
silêncio – paz aparente?
pretensão da calmaria
ignorante
de tudo o que permanece
condensado
nessa distância entre nós –
um palmo
em erupção, perigoso aperto
velado
amizade? embriaguez
subcutânea
olha, aí vem seu namorado.
domingo, 5 de julho de 2015
Para o café-da-manhã
vespertina
Ovos fritos e cérebro
Café ralo de filtro
reaproveitado
Já não sei mais qual a minha
opinião
Balbucio meias-verdades e
acuso
seus tiques inconscientes
enquanto minhas pernas se
sacodem
impacientes, passado o prazo
final.
Mastigo com dificuldade e
sem apetite,
o que tem gosto de mágoa,
granulados de estilhaço de
vida.
Você me pergunta: porque
está tudo
fragmentado e o que isso tem
a ver
com o estatuto da História
como ciência?
Sigo vivendo e não conseguindo
e você espera que eu aplauda
essa sua falsa rebeldia?
Um dia todas as suas mentiras
vão te asfixiar e te deixar
jogado na sarjeta completamente nu,
não de roupas mas escalpelado.
É o rito de passagem que faltou.
Eu sigo. Sou uma farsa e sei,
mas vocês todos acreditam.
É o rito de passagem que faltou.
Eu sigo. Sou uma farsa e sei,
mas vocês todos acreditam.
Assinar:
Postagens (Atom)