domingo, 5 de julho de 2015

Para o café-da-manhã vespertina
Ovos fritos e cérebro
Café ralo de filtro reaproveitado
Já não sei mais qual a minha opinião
Balbucio meias-verdades e acuso
seus tiques inconscientes
enquanto minhas pernas se sacodem
impacientes, passado o prazo final.
Mastigo com dificuldade e sem apetite,
o que tem gosto de mágoa,
granulados de estilhaço de vida.
Você me pergunta: porque está tudo
fragmentado e o que isso tem a ver
com o estatuto da História como ciência?
Sigo vivendo e não conseguindo
e você espera que eu aplauda
essa sua falsa rebeldia?
Um dia todas as suas mentiras
vão te asfixiar e te deixar
jogado na sarjeta completamente nu,
não de roupas mas escalpelado.
É o rito de passagem que faltou.
Eu sigo. Sou uma farsa e sei,
mas vocês todos acreditam.

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