domingo, 20 de maio de 2012
Fluidez
A única certeza que possuía é que queria fluidez. Queria desfazer nós, desengasgar, desatar - mas tudo que tinha era a asfixia. Queria fluidez porque desejava mergulhar no rio de Heráclito, parar de nadar contra a correnteza sem sair do lugar. Suas palavras em momentos distintos não teriam significados similares, seus sentimentos transcenderiam meras reminiscências. Transcenderia e tornaria-se seu próprio fluxo de consciência, seria uma alma e não um corpo. Ilimitada, ininterruptível. Queria a fluidez nescessária para que pudesse transbordar, transviar, desviar, desapegar. Daria um adeus definitivo às ideias fixas e seguiria o fluxo daquele rio, desejando o naufrágio, para que pudesse tão somente sentir a correnteza, sem impedimentos. Não precisaria do esforço para se expressar. Sem mais delongas. Queria essa fluidez.
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