sábado, 21 de abril de 2012

Con-ciência

De contar tenho a vontade, mas não o conteúdo, ao menos não organizado, selecionado, passível de análise. Possivelmente, talvez tenha também a consciência que é necessário confessar ao menos em algum lugar, quiçá para algum ocasional escavador que ache este escrito, ou só para meu documento do Word mesmo. De qualquer forma, preciso arranjar algum método para organizar de maneira racional tudo o que se passa, encontrar um sentido, extrair a experiência. Todas as reflexões acerca de um conceito de ciência não devem ser vãs, e a minha formação como agente num processo científico deve ser completa. A ciência é uma forma organização de um corpo de conhecimento, isso eu já ouvi falar em demasia. O objetivo é a compreensão. No entanto, encontro-me indagando porque tais ordem, sentido e compreensão pretendidos são inalcançáveis para minha vida. Sou um ser racional, um cientista. Mas cientista algum poderá jamais explicar a reação em cadeia que se deu na ocasião em que você entrou na minha vida. Foi bem sutil de início, não tenha dúvida. Você estava ali para se fazer notar, mas eu apenas o abstrai. Não tinha porque nos envolvermos - repito aqui meu profundo envolvimento com a ciência -, sabia que seria apenas uma mistura e não uma solução. Você insistiu, eu resisti. E eu tinha conhecimento de causa. Por algum motivo, e este bem afastado da própria razão à qual me agarro fortemente, à qual idolatro feito um deus, você foi infiltrando aos poucos nessa estrutura rígida. Talvez meu coeficiente de dilatação fosse mais alto do que eu antes havia calculado. Mas eu tinha conhecimento de causa, eu sabia que, por exemplo, os povos germânicos infiltraram através de um processo lento nas fronteiras do Império Romano e acabaram por consumi-lo. Por algum motivo, eu me permiti alguns momentos de distração com você. E todo cientista sabe bem que erros humanos acontecem.

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