domingo, 14 de agosto de 2011

Não consigo lamentar sua perda mais do que lamento a solidão. Mas agora sei que sempre estive só. O que nos deixa alterados é a esperança de que chegue o fim da solidão, enquanto o que nos consome é a certeza de que este só chega com outro fim último: a morte.

Queria poder parar o amanhã de acontecer. (Parar de) Acordar na mesmice. As horas finais de um dia são sempre as mais satisfatórias e as mais angustiantes. O finalismo de tudo que emociona, mas o recomeçar mais uma vez trazido pelo dia seguinte mata. Morrendo cada vez mais, cada dia mais.
A esperança é uma doença. A falta dela é a própria morte.

Acordar para mais um dia em que sinto falta. Em que luto em vão contra minhas (des)ilusões e (des)esperanças.

Meus sentimentos só morrerão no dia em que acabar esse tipo de espera otimista. E a espera nunca acaba porque insisto em me agarrar à esses sentimentos inúteis, suprimidos internamente, sufocados na garganta, ignorados por mim e por ti.

Pensei ter te visto nos mais diversos lugares hoje. Tentei me convencer que era só minha miopia se manifestando, mas eu sabia que também era saudade.

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