terça-feira, 20 de outubro de 2015

Elegia

não é verdade
se te disserem
minha elegia ser
mais vaidade
do que homenagem

(Hilda Hilst, Balada do Festival)

Mil nomes te darei,
ousando cantá-los após a despedida
e tua a recusa em partir será
minha incorpórea redenção.

Reavivo a chama luzidia da vela
derretida com devaneio inférteis,
alimentada pela mórbida dúvida.
Se ousasse chamar teu nome
tua cabeça sequer se ergueria?
ou teus pés há muito descalços
reconhecem que meus lábios turvos
clamam apenas pela tua Fuga?

Se nisso que não há nome só há partidas,
sequer nomearei aqueles que não são,
buscando a ti no que nunca houve
ou se perdeu na ideação,
costurando o impronunciável
na promessa feita de nós. 

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