BALADA DO FESTIVAL
Hilda Hilst
II
Já não sei mais o amor
e também não sei mais nada.
Amei os homens do dia
suaves e decentes esportistas.
Amei os homens da noite
poetas melancólicos, tomistas,
críticos de arte e os nada.
Agora quero um amigo.
E nesta noite sem fim
confiar-lhe o meu desejo
o meu gesto e a lua nova
Os que estão perto de mim
não me veem… Estende a tua mão.
Ficaremos sós e olhos abertos
para a imensidão do nada.